Os piercings que eu faço de brinco e nunca tiro, os vestidos e as roupas do meu pai que eu gosto de usar, o perfume com cheiro de manga, as unhas vermelhas, o batom discreto, o lápis nos olhos, o jeito de pentear (ou não pentear) o cabelo... será que ele percebe?
O meu olhar, que é só meu, quando olha pra ele, para a parte nua do pescoço que a camisa folgada deixa à mostra, e que vai me matando aos poucos com uma vontade louca de despi-lo por inteiro e beijar cada centímetro de seu corpo, um corpo que é só dele, e que me satisfaz toda vez que encontra o meu, naquela cama que é só nossa, e que me traz lembranças de ferver a alma, de arrepiar os pêlos da nuca.
Será que ele percebe? Minhas unhas nas costas dele, meus dentes nos ombros dele, meus gemidos roucos, meus olhos dilatados, meus sorrisos involuntários, meus lábios secos... O meu gosto, um gosto que é só meu, e que se mistura com a minha temperatura, o meu cheiro, a textura da minha pele, a minha voz baixa, os meus pensamentos altos.
O jeito que ele me olha, me beija, me sente e ousa... será que eu percebo?
terça-feira, 21 de outubro de 2008
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