quarta-feira, 8 de outubro de 2008

amélia

Tinha cheiro de jasmim. E eu nem sei que cheiro tem o jasmim. Meus dedos corriam pelos fios loiros, azuis, verdes e lilás das ondas de seu cabelo. Seus olhos azuis eram infinitos, temia encará-los, temia me afogar.
Ela foi a primeira. Ainda posso sentir o gosto doce de seus lábios, a textura da pele, o arrepio gostoso na nuca. O nome francês que me lembrava o mel de seus lábios, Amélia. Fiz com que todo o azul daquele olhar se desmanchasse em lágrimas tão amargas que, de mel fez-se fel. Eu não a entendia, e nem fazia questão. Tamanha a minha estupidez, ontem vi Amélia, e ela fingiu que não me viu.

Nenhum comentário: