quarta-feira, 12 de novembro de 2008

segunda pessoa


Era o silêncio que consumia sua voz no final, o escuro que consumia as linhas tênues do seu corpo, o calor que consumia nossos músculos exaustos, que me faziam chorar. E de tanto me retorcer em seus lençóis, de tanto você implorar o meu torpor, a cama ficou vazia, não só de você e de mim. De sorrisos. Eu joguei-os pela janela, tratei-os feito esmola, tirei-os de você. Mas eu só queria que você os trouxesse de volta e se deitasse novamente ao meu lado, mordendo meus lábios, visitando-me no meio da noite. Eu estou aqui, até agora, aquecendo a nossa cama.