Estávamos nus, deitados na cama. Ele repousava sua cabeça em meus seios, minhas pernas envolviam seu tronco, enquanto meus dedos passeavam por seus fios de cabelo. Era domingo, o quarto cheirava a preguiça.
- O que você acha de írmos ao cinema? - perguntou.
- Agora?
- É.
- Por que não assistimos um filme aqui mesmo?
- Fiquei com vontade de ir ao cinema.
- Mas tá chovendo.
- Eu tenho carro.
- E eu ainda vou ter que tomar banho, secar o cabelo...
- Eu espero.
- E roupa? Eu não vou usar a mesma de ontem, tá suja.
- Veste aquela minha camisa listrada, você fica linda com ela.
- Uma mulher na padaria disse que eu parecia uma doente.
- E desde quando você se importa com o que os outros pensam?
- Ah, a verdade é que eu não tô afim de ir ao cinema.
- Eu sei. Só queria que você falasse. Não parece, mas é importante falar o que você está sentindo, mesmo que vá contra os interesses de alguém.
- Acho que vou parar de ir ao psicólogo.
domingo, 9 de novembro de 2008
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