domingo, 9 de novembro de 2008

terapia

Estávamos nus, deitados na cama. Ele repousava sua cabeça em meus seios, minhas pernas envolviam seu tronco, enquanto meus dedos passeavam por seus fios de cabelo. Era domingo, o quarto cheirava a preguiça.
- O que você acha de írmos ao cinema? - perguntou.
- Agora?
- É.
- Por que não assistimos um filme aqui mesmo?
- Fiquei com vontade de ir ao cinema.
- Mas tá chovendo.
- Eu tenho carro.
- E eu ainda vou ter que tomar banho, secar o cabelo...
- Eu espero.
- E roupa? Eu não vou usar a mesma de ontem, tá suja.
- Veste aquela minha camisa listrada, você fica linda com ela.
- Uma mulher na padaria disse que eu parecia uma doente.
- E desde quando você se importa com o que os outros pensam?
- Ah, a verdade é que eu não tô afim de ir ao cinema.
- Eu sei. Só queria que você falasse. Não parece, mas é importante falar o que você está sentindo, mesmo que vá contra os interesses de alguém.
- Acho que vou parar de ir ao psicólogo.

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