Nós somos o erro. Juntos, destruímos tudo ao nosso redor. Eu sou a sua doença, e vou deixar-te porque te amo. Seus berros loucos precisam calar, seus olhos amarelos e arregalados precisam fechar, para que você possa compreender.
As noites em seus braços, os lábios e os lábios, você entre as minhas pernas, seu cheiro e sua essência... ficarão para sempre atrás dos meus olhos, na escuridão do meu sono e no torpor do meu corpo. Não chore, meu amor, pois sabe muito bem que estarei sempre no último gole de café, no último cigarro da carteira, no último disco da prateleira.
Vejo o dia nascendo, o sol entrando pelas frestas da janela, invadindo nossa cama, despertando-nos do sono. Vamos, pegue minha camisa que está em cima da cadeira e minha calcinha que está embaixo das suas calças, preciso ir embora. É certo que não voltarei, nem mesmo para assistir um filme ou terminar de pintar a parede. Apague o número do meu telefone, pois eu já apaguei o seu. Esqueça onde eu moro, queime minhas fotos, jogue fora as laranjas, tire o meu cheiro dos lençóis. Mas, por favor, não esqueça que eu te amei, e ainda amo, com toda a sede e a loucura que meus poros exalam.
sábado, 27 de dezembro de 2008
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Meu
Entrei no carro toda desengonçada, beijei-lhe o pescoço e coloquei o cabelo atrás da orelha. Estava tocando Sun King. Depois descobri que continuava sendo sua música favorita.
- Seu cabelo tá bonito.
- Obrigada. Cortei hoje de manhã.
- Aposto que não foi nada premeditado.
- Tem razão. Simplesmente acordei e fui pro salão.
- Você diz que mudou, mas pra mim continua a mesma.
Ligou o carro. Ele tinha razão, eu continuava sendo a mesma de sempre, pelo menos na essência. Levou-me num café francês, Chez Le Petit Prince. Começou a falar de como sentia minha falta, de como era bom poder me tocar e de como estava feliz em me reencontrar. Eu ouvia tudo calada, tomando meu expresso e prestando atenção no casal da mesa ao lado.
- Você tem buracos negros nos olhos. Antes eles eram pura luz. Por que você se machuca tanto?
- Pára de falar desse jeito, que irritante.
Tomei o último gole de café e levantei. Entrei no banheiro e passei um tempo me olhando no espelho. "que diabo de buraco negro é esse que ele falou?" Suas mãos subiram pelas minhas coxas, minha cintura, meus seios, meus ombros, meu pescoço... até chegar na minha orelha, onde aproximou os lábios e disse num sopro de voz, uma voz linda e calma:
- "You can radiate everything you are".
Virei-me para ele, sequei as lágrimas que escorriam pelo seu rosto e beijei-lhe o queixo, os lábios, as têmporas. Recolhi sua cabeça em meus seios e meus dedos passearam por seus fios de cabelo. Eu ainda o amava. Amava-o antes mesmo de conhecê-lo.
Marcelo puxou-me pela mão, pagamos a conta e fomos para sua casa. Tudo continuava no mesmo lugar em que eu havia deixado, até mesmo a minha foto na estante. Sua cama ainda tinha o meu cheiro, seu corpo ainda tinha as marcas das minhas unhas, seus olhos amarelos ainda tinham os meus. Marcelo continuava sendo meu, e continuará para sempre.
- Seu cabelo tá bonito.
- Obrigada. Cortei hoje de manhã.
- Aposto que não foi nada premeditado.
- Tem razão. Simplesmente acordei e fui pro salão.
- Você diz que mudou, mas pra mim continua a mesma.
Ligou o carro. Ele tinha razão, eu continuava sendo a mesma de sempre, pelo menos na essência. Levou-me num café francês, Chez Le Petit Prince. Começou a falar de como sentia minha falta, de como era bom poder me tocar e de como estava feliz em me reencontrar. Eu ouvia tudo calada, tomando meu expresso e prestando atenção no casal da mesa ao lado.
- Você tem buracos negros nos olhos. Antes eles eram pura luz. Por que você se machuca tanto?
- Pára de falar desse jeito, que irritante.
Tomei o último gole de café e levantei. Entrei no banheiro e passei um tempo me olhando no espelho. "que diabo de buraco negro é esse que ele falou?" Suas mãos subiram pelas minhas coxas, minha cintura, meus seios, meus ombros, meu pescoço... até chegar na minha orelha, onde aproximou os lábios e disse num sopro de voz, uma voz linda e calma:
- "You can radiate everything you are".
Virei-me para ele, sequei as lágrimas que escorriam pelo seu rosto e beijei-lhe o queixo, os lábios, as têmporas. Recolhi sua cabeça em meus seios e meus dedos passearam por seus fios de cabelo. Eu ainda o amava. Amava-o antes mesmo de conhecê-lo.
Marcelo puxou-me pela mão, pagamos a conta e fomos para sua casa. Tudo continuava no mesmo lugar em que eu havia deixado, até mesmo a minha foto na estante. Sua cama ainda tinha o meu cheiro, seu corpo ainda tinha as marcas das minhas unhas, seus olhos amarelos ainda tinham os meus. Marcelo continuava sendo meu, e continuará para sempre.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
A música ecoava da sala
chegava no quarto ainda forte
junto com seus braços e músculos
eu te aguardava cega
ardia em febre
pensava alto o seu nome
Mas quando você chegava...
Quando você chegava
eu era Maria Schneider
era Jeanne
O gosto da noite
a escuridão dos seus lábios
era poesia
E quando desabava exausto em meus seios
citando Neruda e arranhando minhas coxas
eu te amava como nunca.
chegava no quarto ainda forte
junto com seus braços e músculos
eu te aguardava cega
ardia em febre
pensava alto o seu nome
Mas quando você chegava...
Quando você chegava
eu era Maria Schneider
era Jeanne
O gosto da noite
a escuridão dos seus lábios
era poesia
E quando desabava exausto em meus seios
citando Neruda e arranhando minhas coxas
eu te amava como nunca.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
teu nome
Meus lábios
úmidos e quentes
tremiam
e sussurravam teu nome
Retorcia-me nos lençóis
livrava-me das roupas
arranhava minhas costas
e gemia o teu nome
Descobria meus seios
escorregava as mãos por minha cintura
comprimia os olhos
e implorava o teu nome
Suplicava o teu corpo
em cima do meu
forte e pleno
matando-me aos poucos
de sede de você,
de paixão por você,
de saudade de você.
úmidos e quentes
tremiam
e sussurravam teu nome
Retorcia-me nos lençóis
livrava-me das roupas
arranhava minhas costas
e gemia o teu nome
Descobria meus seios
escorregava as mãos por minha cintura
comprimia os olhos
e implorava o teu nome
Suplicava o teu corpo
em cima do meu
forte e pleno
matando-me aos poucos
de sede de você,
de paixão por você,
de saudade de você.
Eu rabisquei no meu caderno os traços do seu rosto e separei numa gaveta todos os filmes que eu queria assistir com você. Coloquei meu melhor vestido e escolhi minha música favorita. Aquela coisa que aperta o meu peito e me faz chorar sem nenhum motivo aparente, estava voltando. Tomei duas pílulas e caí no sono. Sonhei que você tocava aquela música no violão e depois me cobria com um lençol. Você tinha um sorriso lindo. Acordei com a luz do sol em meu rosto, as mãos apertadas na coxa e os seios saltando do sutiã preto. Senti o seu cheiro e o seu gosto. Tornei a dormir.
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